Guioza experience – Questão de prática

Eu gosto muito de culinária oriental e qual eu não gosto? . Dos pratos quentes, um dos meus favoritos é o Guioza.
Tipicamente chinês, o jiaozi foi difundido no Japão pelos soldados que lutaram na Manchúria, na Segunda Guerra Mundial. O guioza – ou gyoza – ganhou o mercado culinário no pós-guerra japonês devido à devastação do país, a escassez de arroz, a facilidade de obtenção da farinha de trigo e o fato de que quase qualquer alimento poderia servir como recheio, desta forma o Guioza foi (e é, até hoje) utilizado como meio de subsistência de inúmeras famílias japonesas. Por isso, apesar da origem chinesa, podemos encontrar o guioza na maioria dos restaurantes japoneses por aí.

Tentei fazer guioza três vezes na vida.  A primeira ficou, como direi, marromenos.  Dava pra comer, tinha um sabor até agradável, mas não era, nem de longe, guioza.  A segunda ficou incomível, nem comentarei.  Finalmente, na terceira, após muito pesquisar e adaptar as receitas que eu tinha, ficou bem parecido com o guioza que eu como em restaurantes.  E é esta receita que colocarei aqui.

Então descobri, após essa terceira tentativa, que fazer o guioza bem gostoso, com a massa fininha, do jeitinho que é vendido, é unicamente questão de prática.  Como eu não tenho prática, continuarei fazendo para que eu vá melhorando sempre, e, quando me der por satisfeita no quesito “isso parece mesmo um guioza” eu volto pra contar.  Mas, vamos nos ater à receita que deu certo!

Comecei com a receita da Mari Hirata, retirada do livro As Minhas Receitas Japonesas – O Pequeno Prazer ao alcance de todos.

As minhas receitas japonesas - O pequeno prazer ao alcance de todos.
As minhas receitas japonesas – O pequeno prazer ao alcance de todos.

No livro ela ensina a receita, mas não a técnica.  Então fui pesquisando em vídeos no youtube e receitas mais detalhadas em blogs e sites.  Junta daqui, adapta dalí, aperta, descansa, estica, recheia… saiu assim:

 

Ingredientes da Massa:

400g de farinha de trigo

300ml de água morna (não fervendo)

1 col. café de sal

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Vai misturando a massa com as mãos, colocando a água aos poucos.  Dependendo do clima, da temperatura ambiente e da qualidade da farinha, usa-se mais ou menos água.  Basta que a massa fique homogênea e desgrude das mãos.  Feito isso, coloque em um recipiente para descansar por 30 minutos, e cubra com um pano de prato úmido, para que a massa não resseque.

Enquanto esperamos, vamos ao recheio.  Você pode fazer o recheio da forma que preferir, e existem sugestões bem interessantes pela internet, mas eu fiz dessa forma:

Ingredientes do Recheio:

300g de carne de porco (utilizei lombinho)

200g de repolho verde

1 dente de alho

Cebolinha e sal à gosto

Coloquei também 2 col. café de Óleo de Gergelim Torrado, mas não é obrigatório (como nada na receita, com exceção da massa)

 

Eu coloquei tudo no processador e bati, mas aconselho a fazer isso somente com a carne, o sal e o alho.  A cebolinha e o repolho devem ser cortadinhos bem fininhos e misturados ao recheio, dá mais trabalho, mas fica mais saboroso.

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Nesse meio tempo, veja se a massa dobrou de tamanho, se já passou o tempo certo.  Se sim, é hora de abrir.  E é aí que começa a dificuldade!

Há cerca de um semana eu assisti ao programa do Rodrigo Hilbert, Tempero de Família, onde era ensinado uma forma de abrir a massa bem mais facilmente, além de várias dicas, mas a receita do guioza é diferente desta aqui.  Vou ensinar como fiz à época, porém com a ajuda do vídeo acho que fica bem menos assustador…

Numa superfície reta e limpa, jogue um pouquinho de farinha (para a massa não grudar).  Divida a massa em 6 partes e abra a primeira com um rolo de macarrão o mais fininho que você conseguir.  A massa é bem elástica, então pede um bocado de força de vontade.  Eu abri até ficar semitransparente.  Então fui cortando com uma caneca, para ficarem em rodelas do mesmo tamanho.

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Achei mais prático abrir toda a massa e depois ir recheando uma a uma, mas, para tal, você deve enfarinhar cada rodelinha antes de cortar a próxima, se não gruda tudo, fica um melequê, e você vai ter de fazer tudo de novo.

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Após as rodelinhas abertas, coloque um punhado (uma bolinha) do recheio no meio da massa e feche as bordas, grudando primeiro o meiozinho com água e depois fazendo as dobrinhas.  É trabalhoso, mas fica bonitinho. 🙂

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Em uma frigideira funda, ou panela antiaderente, coloque um fio de azeite para aquecer.  Coloque os guiozas que couberem (mais trabalho…) com a “bundinha” pra baixo e a pontinha pra cima, e espere dourar.  Depois de dourar, coloque meia xícara de água quente e tampe imediatamente para que comece a cozinhar a massa.  Essa etapa pode ser repetida três vezes ou mais, dependendo da necessidade do cozimento.

Aí, depois dessa trabalheira toda, está pronto!  Sirva com um molho composto feito em casa!

-3 col. chá de Shoyu

-1/2 col. chá de óleo de gergelim torrado

-1/2 col. chá de gengibre ralado, ou gengibre em pó

-Cebolinha picadinha à gosto

 

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Agora você senta, descansa e come!

P.S. do pai :Não sobrou nem pro pai experimentar ! Rsrsrsrsrs

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